quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Memória do Concílio Vaticano II

O que foi que Deus quis falar à Igreja?

Se há um evento Eclesial que merece uma atenção especial, no avivamento de nossa memória de católicos, é, sem dúvida, o Concílio Vaticano II.

Quanta coisa nos veio do Concílio! E quanta coisa do concílio que ainda não chegou até nós! Voltar ao Concílio, às suas idéias mestres, aos objetivos de João XXIII e Paulo VI, como próprio Concílio propuseram, é lembrar o que, hoje, o Espírito de Deus quer falar ao povo da sua Igreja.

Não basta ter algumas informações gerais sobre o Concílio. Nem saber os nomes dos seus 16 documentos. É preciso ir ao espírito do Concílio e deixar-se guiar por ele. Não podemos contentar com um simples estudo acadêmico. Já no século XII, São Boaventura, grande teólogo franciscano, ensinávamos que ninguém devia se satisfazer com o estudo, a leitura, a pesquisa humana. Para o cristão, o importante é contar com a graça divina, com a sabedoria inspirada por Deus.

O que foi que Deus quis falar à Igreja com o Concílio? Por que João XXIII e Paulo VI quiseram que o Vaticano II fosse um Concílio acentuadamente Pastoral? Como o Concílio vem influenciar a ação pastoral da Igreja, no Brasil?

Leiamos o nº 57 da Carta Apostólica "No Início do Novo Milênio", de João Paulo II: "Quanta riqueza nas diretrizes que o Concílio Vaticano II nos deu! Por isso, na preparação para o Grande Jubileu, pedi à Igreja interrogar-se sobre a recepção do Concílio. E fez-se? O Congresso que se realizou aqui no Vaticano foi um momento dessa reflexão e espero que, a seu modo, se tenha feito em todas as Igrejas particulares. À medida que passam os anos, aqueles textos não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que se beneficiou o Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa".

Dom Epaminondas José de Araújo

Não Deixe seu Coração Insensível

Podemos perder a comunicação com Deus e com as pessoas

O coração insensível é aquele que perdeu a capacidade de sentir aquilo que Deus está falando. O nosso coração é o espaço reservado por Deus, onde Ele colocou a marca d'Ele. A Igreja confirma isso através dos seus documentos. O coração é um sacrário inviolável; portanto, o demônio jamais entrará no seu coração. Ali está a consciência – a morada de Deus – dentro de nós. Dentro dele só existe você e Deus.

Devemos tomar cuidado para que nossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida.

Gula, embriaguez e as preocupações com a vida são três coisas que fazem o homem perder a sensibilidade. Pois a gula tem a ver com a falta de autodomínio; é um desequilíbrio afetivo. A embriaguez pode se dar na forma de bebidas alcoólicas, mas também na forma de todas outras dependências, sejam elas químicas ou não, com o uso de drogas, remédios e até mesmo o vício de assistir TV, ente outros. Temos de descobrir o que está embriagando a cada um de nós. As preocupações da vida geram ansiedade e insegurança e nos tornam pessoas angustiadas e pesadas. Buscar a cura interior significa quebrar a "casca" do coração.

O pecado e os traumas nos levam a olhar para baixo. Você está com um problema muito sério para resolver? Levante a cabeça, pois assim você tem disposição para resolvê-lo. Levante a cabeça! Somos um povo vencedor!

Ouça na íntegra esta pregação do padre Léo:


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mensagem do Dia: 26 de Janeiro de 2009 - Calúnia dos escribas

Calúnias dos escribas - Mc 3, 22-30

Nosso adversário, o demônio vagueia pela terra “buscando a quem devorar” (1Pd 5, 8-9). O Senhor nos assegura sua proteção espiritual contra todos os males. Os milagres realizados por Jesus ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se acredita em Jesus como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou se afirma que tal poder vem do demônio e aí temos a acusação dos escribas e fariseus, “descidos de Jerusalém”.

O título dado a Beelzebú de príncipe dos demônios prepara a oposição dos dois Reinos, daí a resposta de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo...”. A atitude de Jesus manifesta a luta que ele conduz contra o poder satânico, pois não existe só a possibilidade do mal, ligada à liberdade humana, mas há um poder pessoal que quer conduzir os homens ao pecado. Já vimos na tentação no deserto, a realidade temível deste Império do Mal, que se opõe ao Messias, o Filho de Deus.

É pelo dedo de Deus que Ele expulsa os demônios, o que os Santos Padres interpretam como sendo o Espírito de Deus, fonte e mensagem, unção divina que consagra Jesus para proclamar o Evangelho. “E uma vez vencido Satã, escreve s. Hilário, Cristo toma seus despojos, isto é, nós mesmos, que éramos as armas do diabo”. “Cristo veio, diz s. Agostinho, e atou o diabo. Mas, diríamos, se ele está atado, como é que ele obtém tantas vitórias? É verdade, meus irmãos, ele obtém muitas vitórias, mas ele triunfa só nos fracos e negligentes”. O próprio s. Agostinho nos diz que o vazio presente em nossa vida só pode ser totalmente satisfeito em Deus e por Ele. “Senhor, sede o mestre de meu coração e o senhor de minha vida. Que nada haja em mim que não esteja sob o vosso senhorio”.

Dom Fernando

Ser Batizado ou não, Faz Diferença?

''...a maior graça que alguém pode receber na terra''

É através do Batismo que participamos da Redenção que Jesus nos conquistou com o Seu precioso sangue. Tanto assim, que Ele disse aos Apóstolos, pouco antes de sua Ascensão ao Céu: "Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Marcos 16,16).

Pelo pecado de Adão e Eva, a humanidade se separou de Deus, e experimentou a danação, já que Deus é a fonte da vida do homem.

Jesus veio para "tirar o pecado do mundo" (João 1, 29) e recolocar o homem em comunhão com Deus.

Ele fez isso pela sua Paixão e Morte de Cruz, e deixou a Igreja e os Sacramentos para que esta salvação chegue a cada pessoa.

O Batismo é exatamente este primeiro sacramento que nos faz "membros do Corpo de Cristo" (conf. I Coríntios 12, 27) e participantes de Seus méritos. Assim, ser batizado, é fazer parte de Jesus, é ser membro de Sua Igreja, é ser filho de Deus adotado por Jesus Cristo, é ter o Céu por herança, e ter Maria como Mãe. Logo, ser batizado faz muita diferença!

Ser batizado é a maior graça que alguém pode receber na terra; por isso, a Igreja não quer que ninguém fique sem o Batismo; e a criança, pela fé dos pais e padrinhos, deve logo ser batizada.

De todos os meus diplomas, nem mesmo o doutorado tem este valor;
a Certidão de Batismo é o mais importante!

Pe. Pio: Vida de Oração

Desde pequeno, Francisco Forgione era de profunda oração. Menino calado, raríssimas vezes aceitava estar com amigos para brincar, pois eles sempre falavam blasfêmias e, isso doía muito em seu coração. Nas horas de folga, sempre que podia, ia à Igreja de São Pio V para rezar. Outras vezes, gostava de estar sozinho para rezar, sentado embaixo de uma árvore, num recanto da propriedade de sua família.
Foi aos cinco anos que ele decidiu que queria ser franciscano. O hábito e o modo de vida de São Francisco o encantavam.


Desde cedo, sua aspiração de santidade foi de travar grandes batalhas entre a carne e o demônio, que, já na infância, lhe aparecia em sonhos em formas horríveis. Mais tarde, ao longo de sua vida, ele apareceu de maneira direta.
Penitência e mortificação o acompanharam durante toda a sua vida. Certa vez, sua mãe o encontrou ainda menino dormindo no chão, onde somente havia uma pequena almofada, e pensou, por quantas noites ele já não teria feito aquilo.


Porém, Deus nunca o abandonou e lhe foram proporcionadas visões consoladoras de Jesus, Nossa Senhora e de seu anjo da guarda. Certa vez, após a comunhão, ele se viu num grande salão entre dois grupos de pessoas. O primeiro grupo com semblante tranqüilo e o segundo com aparência terrível. Mas ao fundo do salão apareceu Jesus que veio dar-lhe forças.


Viveu os três votos evangélicos: a pobreza, a castidade e a obediência.

Evangelização

Antes de evangelizar, o importante é pertencer inteiramente ao Cristo

A condição principal para a evangelização acontecer é se fazer um com aquele que é O Evangelizador. Muitas vezes, a evangelização é tida como uma experiência de métodos, como uma maneira de proceder frente a uma análise social, e essas realidades são difíceis. Mas não podemos esquecer que em todas as épocas foi difícil evangelizar.
Quando olhamos a forma que Paulo anunciou o Evangelho em Atenas ou Roma, vemos que ele teve desafios e, hoje, ainda temos grandes dificuldades, mas não podemos aumentá-las. Não sabemos se estamos dentro de uma sociedade que está em decadência e que vai se erguer, tudo isso foge do nosso alcance.

O que sabemos é o essencial do método: se fazer um, unir o coração com o Evangelizador, que é o Cristo. Aquele que construiu e edificou a Igreja é o Cristo, quando disse a Pedro "tu és pedra e sobre essa pedra eu edificarei minha Igreja".

Ele disse "EU construirei minha Igreja", então é o Cristo, que constrói e a Igreja pertence a Ele.

Qual é, então, a condição para que a evangelização aconteça?

Que no primeiro momento, nós os evangelizadores, sejamos pedras relativamente estruturadas. Quer dizer, nós precisamos ser cristãos sólidos, fortificados interiormente, como São Paulo diz: "fortificai o homem interior". A segunda coisa é estar inteiramente nas mãos do Cristo.

Então, se cada um de nós pertence inteiramente ao Cristo e se minha vida, meu engajamento, meu pensamento, minhas energias, minhas iniciativas são verdadeiramente conduzidas pelo Cristo, guiadas pelo Cristo e dentro da obediência do Cristo, eu estou entre Suas mãos. E a nossa oração de cada noite é "em tuas mãos eu coloco minha vida". Então, nesse momento, Ele vai poder fazer qualquer coisa de nós.

Os grandes desafios da evangelização não são as dificuldades que encontramos na sociedade contemporânea, mas sim nossa questão pessoal em direção ao Cristo. Se eu pertenço verdadeiramente ao Cristo, posso ficar tranqüilo, pois Ele fará um bom trabalho comigo e em mim - Ele fará o que quiser.

O que Ele quer eu não sei ainda claramente. Eu não sou um robô, não sou uma pedra, sou uma pessoa que pensa pertencendo ao Cristo, olhando a sociedade contemporânea, as questões de hoje.

Por exemplo, a questão de como falar às pessoas, como dizer uma palavra que toque o coração. A questão sobre o desafio da missão, tal como ela é questionada será uma análise intelectual, missionária, sociológica, do mundo contemporâneo, porém secundária.

Um dia, um aluno de uma escola de engenharia da cidade de Lyon me questionou: "Como posso fazer para evangelizar na minha escola, onde há judeus e mulçumanos? Eu não posso chegar colocar a pessoa em um canto e dizer você precisa tornar-se cristão". Eu respondi: "a melhor forma de ser missionário, é deixar que o Missionário com "M" maiúsculo - o único Missionário - realizar toda a missão d'Ele em você.

No dia em que o Cristo tomar posse de toda a tua pessoa, segundo essa frase da segunda epístola aos Coríntios, que nós temos dentro de uma oração Eucarística; nossa vida não pertencerá a nós mesmos, mas àquele que é morto e ressuscitado por nós. Quando Ele cumprir toda a sua missão, no fundo do teu coração, de tua inteligência, tudo e tudo, você pode, então, ficar tranqüilo, pois as palavras serão adaptadas, sua presença será justa e as pessoas serão tocadas pelo teu testemunho.

Para mim, o primeiro desafio não é se fechar sobre uma política astuciosa, um plano original ou um novo método todo adaptado às novidades da sociedade contemporânea. Mas, antes de tudo isso, o importante é pertencer inteiramente ao Cristo - aí eu ficarei tranqüilo, pois Ele nos adaptará. Ele sabe quem somos, para que nos fez e qual é o dom de cada um de nós.
E mais: em minha opinião, Ele conhece e analisa a sociedade contemporânea melhor que nós. Isso para mim é o primeiro desafio: ouvir cada uma das suas palavras e compreendê-las.
Vou dar um outro exemplo. Quando Jesus diz "vocês vão receber uma força e serão minhas testemunhas aqui em Jerusalém e até as extremidades da terra", se eles fossem fracos e dissessem: "eu não irei, pois minha avó é velha, e tenho uma casa de férias perto de Jerusalém..." - coisas como essas; nós não seríamos evangelizados".

Portanto, eles compreenderam que essa palavra do Cristo os tirava da sua pátria, da sua família, de sua casa. Eles partiram em condições de viagem mais difíceis que hoje. Foram a Chipre, Grécia, Itália e desembarcaram na cidade de Marseille; subiram até Lyon, aqui na França e vieram com a sua cultura para dar unicamente uma coisa o Evangelho.

Agora, eu digo: se eu sou cristão é porque eles escutaram essa palavra do Cristo e a colocaram em prática. Eles sabiam que suas vidas pertenciam ao Cristo, por isso partiram. Não conheciam os habitantes dessa terra, nem conheciam o império romano, a mentalidade da época, quais eram os desafios culturais e contemporâneos da evangelização.
Eles sabiam de uma única coisa: que eles pertenciam ao Cristo e que, quando Cristo os enviava em missão, era preciso partir e anunciar o Evangelho. E eles partiram... Graças a eles, hoje eu sou cristão.

E como eu quero que as pessoas sejam bem cristãs, eu não tenho outra solução do que fazer igual: partir hoje na rua, nas periferias, aos jovens, aos velhos, etc dizendo até que ponto eles são amados, até que ponto o amor de Deus chega até eles.
Hoje, em suas vidas, e no nosso mundo, no fundo, esse é o grande desafio da missão: fazer com que as pessoas compreendam que são amadas e até que ponto elas são amadas. Isso é o reconforto mais sólido e profundo.