Calúnias dos escribas - Mc 3, 22-30Nosso adversário, o demônio vagueia pela terra “buscando a quem devorar” (1Pd 5, 8-9). O Senhor nos assegura sua proteção espiritual contra todos os males. Os milagres realizados por Jesus ultrapassam o poder do homem, levando à conclusão: ou se acredita em Jesus como “vindo de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Ou se afirma que tal poder vem do demônio e aí temos a acusação dos escribas e fariseus, “descidos de Jerusalém”.
O título dado a Beelzebú de príncipe dos demônios prepara a oposição dos dois Reinos, daí a resposta de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo...”. A atitude de Jesus manifesta a luta que ele conduz contra o poder satânico, pois não existe só a possibilidade do mal, ligada à liberdade humana, mas há um poder pessoal que quer conduzir os homens ao pecado. Já vimos na tentação no deserto, a realidade temível deste Império do Mal, que se opõe ao Messias, o Filho de Deus.
É pelo dedo de Deus que Ele expulsa os demônios, o que os Santos Padres interpretam como sendo o Espírito de Deus, fonte e mensagem, unção divina que consagra Jesus para proclamar o Evangelho. “E uma vez vencido Satã, escreve s. Hilário, Cristo toma seus despojos, isto é, nós mesmos, que éramos as armas do diabo”. “Cristo veio, diz s. Agostinho, e atou o diabo. Mas, diríamos, se ele está atado, como é que ele obtém tantas vitórias? É verdade, meus irmãos, ele obtém muitas vitórias, mas ele triunfa só nos fracos e negligentes”. O próprio s. Agostinho nos diz que o vazio presente em nossa vida só pode ser totalmente satisfeito em Deus e por Ele. “Senhor, sede o mestre de meu coração e o senhor de minha vida. Que nada haja em mim que não esteja sob o vosso senhorio”.
Dom Fernando
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